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Por um feminismo decolonial

Foto do escritor: Caroline A. Pinheiro da CostaCaroline A. Pinheiro da Costa

Verger é uma feminista materialista que, como outras pensadoras dos séculos XX e XXI da Europa e da América Latina, procurou se reposicionar no que diz respeito à reprodução das estruturas sociais. A autora escreve sobre o feminismo no mundo ocidental, principalmente para questioná-lo como quando, por exemplo, ela esclarece que o termo racialização em seu manifesto sempre considera as mulheres vistas e compreendidas como não-brancas e não-ocidentais, vivendo na Europa e nos Estados Unidos, na condição de imigrantes ou refugiados.Verger propõe um feminismo decolonial que se baseia na luta contra a colonialidade do poder, já que - mesmo com a proclamação da independência dos territórios - as terras e as pessoas ainda são impulsionadas por formas de pensar apoiadas na modernidade do tripé, no capitalismo e no racismo. Os patriarcas, líderes de empresas ou nações, servem ao capitalismo racial, explorando os corpos das mulheres racializadas e decidindo quais vidas importam mais ou menos. O autor afirma que todos os dias, em todos os lugares do mundo, milhares de mulheres negras ou racializadas abrem as grandes cidades.2 dResponder

Por um lado, este trabalho tem sido considerado parte daquilo que as mulheres devem fazer (sem reclamar) há séculos - o trabalho feminino de cuidado e limpeza constitui trabalho gratuito. Por outro lado, o capitalismo inevitavelmente produz empregos invisíveis e vidas descartáveis. (Verger, 2020, p. 16)Existe uma relação oposta e complementar entre o corpo do homem burguês e o corpo da mulher pobre. Como a própria autora explica, ao primeiro raio do sol da manhã, o dono de um corpo valioso (corpo branco e masculino) demonstra disposição passando longas horas na academia ou tarde no escritório. Seu desempenho é um sinal de sucesso e de serviço à ordem dominante.Segundo a autora, esta performance só é possível porque o corpo sem valor, ou o corpo invisível, lê-se como o corpo da mulher racializada, no qual sua exaustão é resultado de uma escravidão extrativista da força de trabalho de seu corpo. O corpo valorizado tem alta performance (no ginásio, no escritório, com amigos, com a família) às custas dos serviços de limpeza e cuidado dos corpos invisíveis (como suas faxineiras, babás e cozinheiras).Esta dinâmica de opostos complementares baseados no tripé modernidade-capitalismo-racismo é indispensável para o funcionamento de qualquer poder econômico atual e deve permanecer impecável na manutenção destes corpos invisíveis. Para o sucesso desta estrutura, não podemos perceber que o mundo em que circulamos foi limpo por mulheres racializadas e superexploradas.




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© 2024 por Caroline Araujo Pinheiro da Costa

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